Olá, matilha! Após muitas brigas e brincadeiras, venho compartilhar as "marcas da irmandade": sobrancelha e queixo ralados + lábios cortados (do último eu escapei, sobrando pra Sol). E não é que a irmã canina está com o apetite tinindo? Agora lambe a vasilha até pela manhã, dispensando apenas umas frutinhas (sua preferência era coco, mas a manga também caiu nas graças da quase adulta pastorinha, que completou 1 ano de vida no mesmo dia do aniversário de mãe Véu, 9/9). Nossos tutores perceberam que estamos meio rechonchudos e estão maneirando na alimentação natural.
Os problemas ao passear se mantêm: eu com gatos e cães, Sol com pessoas, especialmente, crianças. Por outro lado, estou mais obediente a ficar solto, atendendo ao”vem” mais rapidamente, e Sol, ao “senta” e “pata” sem pestanejar. O espaço da casinha que está pequeno pra nós dois, o que também é motivo pra rosnadas e mordidas. Nossos pais estão tentando encontrar outra idêntica pra garantir o conforto da cachorrada. Ah, meus ouvidos continuam meio inflamados. Desta vez o Natalene está demorando pra combater os e todos torcem pra não ser nada grave. Em breve, iremos pra Jacobina novamente… viagem a caminho, au, au! Sol anda impossível! Além de medrosa e altamente desconfiada nos passeios, ela está demonstrando agressividade com crianças, especialmente, quando mãe Véu chega da caminhada e fecha o portãozinho. Ainda na entrada de casa, a irmãzinha se sente a “rainha do pedaço” e vai pra cima dos pequenos, latindo e mostrando os dentes, o que nossa mãe está tentando evitar com uma dose de insistência e assertividade. As brigas também pioraram e nossos pais tiveram de recorrer à focinheira, pra Sol entender de uma vez por todas que não é com violência que as coisas se resolvem. Em uma dessas investidas, a Scalibor dela se partiu (mais um troféu pra nossa “coleção de prejuízos”!). Há uns dias, tive uma recaída quanto à coprofagia, pro desgosto de minha mãe. Neste fim de semana, um bom banho nos espera, se o tempo colaborar... Enquanto seguimos nossa rotina, eis que algumas surpresas desagradáveis surgiram nas últimas semanas... A boa notícia é que Sol mudou o comportamento pra melhor no quesito alimentação. Fomos novamente pra Jacobina e até que a pequena comeu razoavelmente bem. O que não mudou foram nossas brigas, cada vez mais constantes (até ganhei fiquei com uma marca no rosto, pode?!).. Tudo indica que a irmãzinha está querendo ser a líder da matilha, o que tem rendido boas reclamações por parte dos tutores humanos. Agora vou detalhar os sustos pelos quais passei recentemente: a fim de evitar minha ansiedade e agonia durante viagens, mãe Véu comprou um tal de apromazin numa loja voltada para produtos animais, em Seabra. Ocorre que ela não percebeu que o medicamento só poderia ser vendido com receita do veterinário e que, na verdade, é indicado para anestesia antes de cirurgias. Na bula, explica que você pode dar de 1 a 3 gotas por kg e que os efeitos só aparecem entre 30/40 min. Como tenho cerca de 35kg, engoli 60 gotas. Porém, como estava em jejum a cerca de 12h, segundos após tomar o remédio caí e tive enorme dificuldade pra me manter firme nas patas traseiras. Quase não deu pra chegar ao carro, estacionado na rua de cima. Somente após 24h retornei ao meu estado normal, sendo que ainda apresentei comportamento estranho durante a noite, tendo dificuldade para reconhecer pessoas próximas e demonstrando agressividade. Claro que mãe Véu não me deu o remédio novamente e o devolveu à loja, alertando ao gerente sobre os efeitos adversos do "apromazin" não detalhados na bula. Em seguida, registrou uma reclamação contra a empresa (Syntec) na internet. Certamente a loja estava errada, mas, ainda que o profissional especializado sugerisse uma dosagem menor, nada se fala sobre o tempo da última refeição/jejum ou exceções por raça/peso, resultando nos sintomas que descrevi. Pra piorar a situação, nesse sábado, não se sabe por que, apresentei sintomas similares ao dia em que lambi chocolate em pó: fiquei me tremendo, inquieto e com ânsia de vômito. Meus pais apelaram pro carvão ativado (Enterex) e, graças a São Roque, protetor do animais, amanheci renovado pro banho quinzenal, com direito a uma Scalibor, branquinha, branquinha e novos brinquedos. E não é que em clima de Olimpíadas inventamos uma modalidade especial: judô canino, au, au! Depois da castração, arrumamos as malas pra aproveitar o São João na casa dos avós maternos. Infelizmente mantive a inquietação de sempre no porta-malas do carro durante todo o trajeto e, claro, pra não perder o costume, aprontei no enorme quintal jacobinense. Entre os prejuízos, esteve uma luva, um pano, garrafas PET e, o pior de todos, a peça de uma moto que está à venda!
Enquanto eu “bagunçava o coreto”, Sol fazia greve de comida. Foram quase cinco dias fora de casa, beliscando apenas pedaços de carne. Ração e arroz com verduras eram rejeitados a todo o instante. A pequena fazia a maior cara feia, cheirava e virava as costas. Mesmo sob o efeito de estimulante de apetite, a irmãzinha não reagia. Apesar de brincar um pouco comigo, permanecia a maior parte do tempo cabisbaixa, deitada na casinha ou no tapetinho próximo da cozinha. Graças a São Roque, o protetor dos animais, quando retornou ao lar, tudo voltou ao normal, pra alívio de nossos pais. Talvez as fêmeas sejam mesmo mais temperamentais... o fato é que, em outro território, Sol declara guerra aos alimentos, um mistério para os tutores humanos desvendarem. O frio aqui em Lençóis está ainda pior do que na Chapada Norte, por isso estamos dormindo na sala e, por incrível que pareça, agora quem está aprontando é Sol, retirando tapetes e enfeites do lugar e insistindo em me acordar em meio à melhor soneca do mundo: de barriga pra cima sobre o sofá quentinho e aconchegante. Nossos pais dizem que pareço um morcego ou que deveria ser um cão de circo por causa das loucas cambalhotas que “audoro” dar, rs. Brincadeiras à parte, em uma dessas madrugadas foi preciso mãe Véu levantar pra resolver o conflito, colocando a pequena de molho na casinha. Assim ela vai se desapegando um pouco de mim. Acreditam que, até hoje, ela faz escândalo quando vou passear? A irmandade está cada vez mais forte em nossa matilha, au, au! Após 10 dias de molho, finalmente fomos pra Seabra tirar os pontos. Ah, já ia esquecendo: Sol também foi castrada, apesar de estar no começo do cio. Segundo a dra., havia um cisto enorme no seu ovário esquerdo, o que dificultou um pouco a cirurgia, mas não foi impedimento pra que ela acontecesse. Ainda na clínica, minha reação pós-anestesia foi fazer xixi nas calças, ou melhor, nas patas! Bem que tentei levantar - meus pais até perceberam que eu estava agoniado -, mas ainda sem forças, fiz no colchãozinho que mãe Véu levou e na colcha que a dra. emprestou. O bom foi que tomamos banho na véspera e permanecemos cheirosinhos no decorrer dos últimos dias. Já com a irmãzinha, o efeito passou mais rápido, mas o apetite só voltou quase após 48h. Ela só vomitava, enquanto eu beliscava grãos da ração ainda no carro. Quase era preciso aplicar Plasil subcutâneo em Sol, porém, como descansou na madrugada e o intervalo entre os vômitos aumentou, nossos pais apostaram na água de coco, o que, certamente, contribuiu pra evitar desidratação e mantê-la saudável. Nunca bebemos tanta água em nossa vida! Tudo pra descontar as 12h de jejum antes da cirurgia. Ainda bem que, do segundo dia em diante, a pequena voltou a lamber o pote de comida e até pedir bis. E o que é melhor: no horário do desjejum também! Ainda mantenho hábitos de possessividade e agitação, e pior, tentativas de monta com as visitas. Claro que pra trocar o curativo meus pais tiveram de recorrer à focinheira e me dar vários petiscos, o que não foi necessário com Sol, que, do mesmo modo, tomou os remédios sem problema, enquanto eu fazia o possível pra me livrar deles, especialmente, do Dipirona. Mesmo com o curativo, lambi demais as partes baixas... Na maior parte do tempo, ficamos separados pra evitar brigas, mas também brincamos pra caramba, pra agonia de nossos pais, que só pensavam em preservar os pontos. Claro que tivemos a oportunidade de dormir dentro de casa: eu, na sala, Sol, no quarto, o que a pequena audorou, pegando o jeito de segurar as necessidades até de manhãzinha, quando começava a choramingar pra mãe Véu abrir a porta. No final das contas, a rotina pós-cirúrgica seguiu em sua normalidade, à fora o fato de eu ter engolido um pote de manteiga, o que me rendeu uma baita dor de barriga e alguns vômitos. No dia de retirar os pontos, no entanto, foi um Deus nos acuda pra nossos pais chegarem até a clínica veterinária conosco. Latidos histéricos e pulos fizeram parte do nosso “samba do crioulo doido”. Até Sol seguiu minha onda de agitação, pra vergonha da matilha!
Hoje mãe Véu voltou à sessão de passeios e, pra tristeza e decepção de todos, não mudei em nada! Pior, estou aprontando o que nunca tive coragem, como destruir uma sandália. Sol, por outro lado, é mais controlável, mas, na rua, não atende aos comandos básicos, como “senta” e “patinha”. Será que temos mesmo algum jeito? “E agora, José?” Esses dias estivemos, novamente, na casa dos avós maternos, em Jacobina/BA. Além da dificuldade pra comer, o que, na última viagem, chegou a preocupar nossos pais, resultando na compra de estimulante de apetite pra pequena, Sol continua medrosa. Até se acostumou mais com familiares que vê com frequência, mas, apesar disso, ela é muito mais cão de guarda do que eu, rs.
A irmãzinha ainda levanta com dificuldade e, por vezes, evita brincar pra não forçar as patas traseiras. No entanto, até que é bem traquina pra sua limitação, mantendo o ciclo de pirraças ao me ver com brinquedos ou objetos diferentes, como coco, garrafa PET e galhos. O problema agora são as nossas brigas... Sol deu pra me abocanhar, especialmente, quando tem comida no meio. Ela está bem longe de ser comilona como eu, no entanto, fica invocada facilmente e ai de mim que encoste! Haja paciência, viu?! A sorte é que nunca foi nada sério, mas os tutores humanos prometem ficar de olho e cortar essa ousadia antes que seja tarde. Todos acham que a pequena está começando a entrar no cio, devido à mudança de comportamento, por isso, provavelmente, apenas eu serei castrado amanhã, já que a veterinária em Seabra não faz ultrassom pra ter certeza de que não há cistos nos ovários da cadelinha, evitando forte sangramento durante a cirurgia. A esperança é de que eu fique mais calmo durante os passeios e acabe de uma vez por todas com a guerra declarada aos gatos e com o excesso de ansiedade ao ver outros cães. Torçam por mim, au, au! Com 8 meses de vida, minha irmãzinha está quase uma adolescente. Ainda dá trabalho pra comer, principalmente de manhã, quando nossos pais precisam misturar comida natural (incluindo pedaços de carne ou ovo) com ração, pra convencer a pequena a quebrar o jejum. Nesse fim de semana, tomamos banho em casa, mas no anterior arriscamos uma leve trilha para a parte de cima do Mandassaia. Pela primeira vez, Sol permaneceu dentro d’água, já que o poço era rasinho e dava pra interagir comigo sem grandes acrobacias. Fiquei preso pela corda, claro, pra evitar que Sol seguisse meu descompasso e forçasse suas articulações. No mais, seguimos firmes e fortes nossa rotina e desejamos boa semana pra tod@s!
Com novas coleiras, brinquedos e até ossos de verdade pra roer, nosso domingo foi assim: repleto de cãopanheirismo, o que nos rendeu boas poses pra foto! Ah, agora temos um suporte pra vasilha de ração, que nos deixa mais confortáveis pra comer. Ótima ideia dos humanos pra melhorar nossa qualidade de vida. Aos nossos pais, só temos a dizer: muito “aubrigado”!
Sob efeito dos remédios, Sol está aparentemente boa. Brinca e saltita comigo constantemente, incluindo carreiras desembestadas pelo quintal. No entanto, após a turbulência, ela fica quietinha, pra amenizar o impacto nas patas traseiras. Meus pais escutem um “toc-toc” quando ela se movimenta – provavelmente o atrito entre os ossos.
Sol também está dando trabalho pra comer a ração, optando pela alimentação natural, o que tem dobrado o trabalho de mãe Véu, que, até pela manhã, tem de esquentar a sopa de arroz com verduras e pedaços de carne pra convencer a irmãzinha a se nutrir. Os passeios, por enquanto, estão concentrados na noite, com uma rápida volta pelo quarteirão, pois ainda não mudei nos quesitos “guia” e “gatos”. Sol, por outro lado, só caminha pela parte plana da vizinhança, já que não pode se desgastar em ladeiras. Ontem tomamos banho e, claro, a pequena se manteve relutante. Amanhã é dia de Leishtec. Agora meus pais estão na fase de afinar detalhes da minha castração e cirurgia de Sol. Eles falam que nunca imaginaram ter dois cães tão diferentes: teimoso x obediente; destemido x medrosa; amante de água x aversão a ela; esfomeado x enfastiada; com problemas de comportamento x limitações físicas. O fato é que estamos cada vez mais próximos e companheiros, até dormimos juntos na casinha nas madrugadas mais frias. Que esta parceria seja eterna enquanto dure, au, au! |
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